Conservadores são mais felizes
Arthur C. Brooks, The New York Times
Quem é
mais feliz — o liberal ou o conservador?
Foi o
candidato Barack Obama, em 2008, quem definiu notoriamente os eleitores das
classes trabalhadoras como “ressentidos”, porque “se agarram às armas ou à
religião”. Obviamente, os liberais deveriam ser mais felizes, certo? Errado. Estudiosos, tanto à direita quanto à
esquerda, analisaram exaustivamente a questão e chegaram a um consenso: os
conservadores são mais propensos à felicidade. E muitos dados o confirmam.
Por exemplo, o Pew Research Center informou em 2006 que, entre os republicanos conservadores, 68% tinham maior probabilidade de
se dizerem “muito felizes” com sua vida do que os democratas liberais. Esse
quadro persistiu durante anos. A questão não é saber até que ponto isso é
verdade, mas por que motivo.
Muitos
conservadores preferem explicá-lo em razão dos seus diferentes estilos de vida,
como casamento e credo religioso. Eles observam que a maioria dos conservadores é casada, enquanto a maioria dos
liberais não é. As porcentagens são 53%
e 33%. Se duas pessoas pertencem à mesma faixa demográfica, mas uma é casada e
a outra não, a pessoa casada terá 18 % mais probabilidades de afirmar que está
mais feliz do que a pessoa não casada.
No que
diz respeito à religião, a situação é em grande parte a mesma. Segundo a Social
Survey, os conservadores que praticam
uma religião são mais numerosos do que os liberais religiosos nos EUA, na
proporção de quase quatro para um. E o que tem isso a ver com a felicidade?
É evidente. Os participantes religiosos têm quase duas vezes mais
probabilidades de afirmar que são muito felizes com sua vida do que os
seculares (43% para 23%). As
diferenças não dependem da educação, raça, sexo ou idade. O grau diferente de
felicidade existe mesmo que se leve em conta a renda.
Se a
religião e o casamento devem tornar as pessoas felizes é uma questão que diz
respeito a cada um. Mas é preciso levar em conta o seguinte: 52% dos cidadãos politicamente conservadores,
casados (com filhos), religiosos, são muito felizes — em comparação com
apenas 14% dos solteiros, liberais, seculares sem filhos.
Os
moderados do ponto de vista político devem ser mais felizes do que os
extremistas, pelo menos é o que sempre me pareceu. Mas isso está errado. Os radicais são mais felizes do que os
politicamente moderados. Corrigindo o conceito em termos de renda, educação,
idade, raça, situação familiar e religião, os
americanos mais felizes são aqueles que afirmam serem “extremamente
conservadores” (48% muito felizes) ou “extremamente liberais” (35%). Todos os outros são menos felizes, sendo
que a porcentagem mais baixa é a dos “moderados” de centro (26%).
O que
explica o estranho padrão? Uma das possibilidades é que os extremistas têm uma visão precisa do mundo todo, dividido entre bons
e maus. Eles têm a certeza de saber o que está errado, e a quem devem
combater. As implicações são impressionantes.
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